PARCELA DO
IMÓVEL DO EXTRA ITAIM SERÁ VENDIDA 10/03/2017
Área supera 57 mil metros quadrados em uma das regiões mais nobres de
São Paulo; especialistas esperam que transação seja concluída na segunda etapa,
com preço mínimo de R$ 81 milhões.
São Paulo - Uma parcela de 30% do imóvel que foi do Mappin no Itaim
Bibi, uma das regiões mais caras de São Paulo, vai a leilão no próximo dia 17
por R$ 135 milhões. A área de 17.849 metros quadrados conta com edificações e
benfeitorias que somam 57.080 metros quadrados. A maior parcela do imóvel
pertence ao fundo JK Town. Especialistas consideram que somente o terreno já
tem "potencial extraordinário de reaproveitamento" e que o imóvel
dificilmente será arrematado na primeira praça, a ser realizada exclusivamente
por via eletrônica, com término previsto para o dia 20. A segunda rodada terá
início imediato e encerramento presencial em 17 de abril. Ana Paula de Carvalho
Faro, advogada da Faro Leilões, empresa responsável pelo leilão da massa falida
do Mappin, informa que, nesse caso, o preço mínimo cai para R$ 81 milhões. "Por
se tratar de um leilão atípico, não apenas pelo valor, mas pela crise atual e
pelo fato de o imóvel não estar sendo leiloado em sua totalidade, acredito que
o investidor preferirá esperar pelo segundo leilão", explica. Ela lembra
que o arrematante será minoritário. Por um lado, esse aspecto pode até afastar
alguns interessados, mas, por outros aspectos, trata-se de uma aposta
significativamente atrativa, avalia
Clécio Oliveira de Carvalho, presidente da Associação Brasileira de Leiloeiros
Públicos Judiciais (Asbralej). Ele
elenca três pilares fundamentais para o sucesso do leilão, que conta com a
figura de um sócio. Primeiro, se informar sobre os demais condôminos e suas
condições de estabelecer boas relações comerciais. Depois, verificar o tipo de
negócio e, finalmente, saber se o investimento irá se transformar em renda.
Neste caso, o imóvel que abrigou o Mappin, uma das lojas de departamentos mais
tradicionais e pioneiras do comércio varejista no Brasil, e que fechou as
portas, parece reunir pelo menos duas dessas condições. Ele já tem um destino
comercial certo e ainda está locado para o Grupo Pão de Açúcar (GPA) até julho
de 2019. "Isso mostra expectativa de lucratividade", diz Carvalho.
Por questões estratégicas, o GPA não informa o valor da locação. Diz que avalia
a participação no leilão e, caso não o faça, avaliará o cenário pós-leilão para
decidir se renovará ou não o contrato de locação, que se encerra em meados de
2019.Carvalho, da Asbralej, avalia que se o GPA se interessou por aquele imóvel
quando o locou, é porque era um bom negócio. "Além de renda garantida até
2019, a possiblidade de um ganho de capital, se o leilão for mesmo para uma
segunda rodada, é importante."
Reinaldo Fincatti, engenheiro e diretor da Empresa Brasileira de Estudos
de Patrimônio (Embraesp), calcula que, pelas suas dimensões, seria possível
construir um empreendimento quatro vezes maior que a sua área. "Isso não
pode ser desprezado", diz. Fincatti ressalta que o imóvel, além de estar
em área de excelente localização, apresenta boas opções de uso comercial e
residencial. O engenheiro argumenta também que, se o leilão for para uma
segunda rodada, o preço do metro quadrado do empreendimento cairia para cerca
de R$ 15 mil, valor cobrado hoje nessa região apenas por terrenos. O diretor da
Embraesp aponta uma dificuldade na venda. Para elevar o potencial do uso, o
proprietário terá que adquirir Certificado de Potencial Adicional de Construção
(Cepac). "É caro e seria um dos poucos fatores a prejudicar o potencial do
empreendimento", afirma o especialista. Vladimir Goitia Fonte: DCI - São
Paulo