NÃO DÊ PROPINA.
Hoje, eu fui procurado por um colega Leiloeiro. Pessoa de grande valor, trabalhador, homem dedicado e inteligente.
O juiz
ordenou que devolvesse mais de R$ 120 mil de comissão em razão de um leilão
desfeito. Estava preocupado, desesperado, porque além de ter que devolver sua
comissão ao arrematante, ainda pretendia cobrar do advogado do autor os 20% de
propina que ele pagou para ver sua nomeação no processo. Me perguntou se teria
como forçá-lo a devolver. Imagine a minha resposta? "Vai ajuizar uma ação de
cobrança? Registrar um B.O? Não!" Infelizmente este foi o preço.
Que triste
realidade. No anseio de ver seu nome publicado em diário oficial sujeitou-se a
pagar propina. Trabalhou, vendeu o imóvel gastou para manter seu escritório e
funcionários, mas, além de ser obrigado a devolver a comissão ainda dormirá com
o prejuízo de mais de R$ 20 mil. Valor este destinado à satisfação de terceiro
que pouco se preocupou com seus problemas.
Por isso meus caros colegas:
NÃO DÊ
PROPRINA. Conquiste a confiança de seu cliente com seu poder de persuasão, por
sua capacidade intelectual. Pelas suas qualidades profissionais e morais. NÃO
DÊ PROPRINA. Faça com que aquele que impõe este tipo de expediente se
envergonhe. NÃO DÊ PROPRINA. Lembre-se que a cada centavo pago para um
advogado avilta não apenas a nossa profissão, mas, principalmente lhe diminui
como ser humano. NÃO DÊ PROPRINA. Aquele que lhe proporcionou este trabalho à
custa de benefício financeiro é tão fútil quanto sua atitude e da mesma forma
que preteriu à alguém para lhe beneficiar, um dia se voltará contra você. NÃO
DÊ PROPRINA. Divida entre os seus colaboradores. São pessoas que estão ao
seu lado todos dias, faça chuva ou faça sol. NÃO DÊ PROPRINA. Mostre a eles a
sua capacidade vencer pelos seus créditos e as custas de muito trabalho, estudo
e persistência.
Quando você
deixa de servir um corrupto, alicerça o seu templo em terreno fértil.
Clécio Oliveira de Carvalho
Leiloeiro Público Oficial
Presidente da ASBRALEJ